segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A fé religiosa e a prevenção de doenças

Frei Almir Ribeiro Guimarães, Ofm

A revista “Veja” de 10 de outubro de 2012 publicou entrevista com o psiquiatra americano Harold G. Koenig. O médico afirma que as diferentes formas de religiosidade podem ser relacionadas com a prevenção de doenças cardiovasculares e hipertensão. A “espiritualidade” ajuda o ser humano a ter saúde.
Leigos, religiosos e sacerdotes temos a ver com a realidade da doença grave e da iminência da morte. Esse momento da passagem, precedido por uma enfermidade mais ou menos longa é sempre delicado. Vemos hoje, nas congregações religiosas, tanto masculinas como femininas, casas que são preparadas com recursos para abrigar doentes gravemente doentes e pessoas muito envelhecidas. A religião, de modo particular a fé cristã, não é terapia individual ou grupal. Os seguidores das religiões querem, antes de tudo, prestar um delicado culto de homenagem Deus de toda beleza e de toda generosidade. Ao lado do “amarás o Senhor de todo o teu coração, de toda a tua mente e de toda tua alma e ao próximo como a ti mesmo”, Harold G. Koenig afirma, no entanto, que há uma relação significativa entre frequência da prática religiosa, boa saúde e longevidade.
Três fatores influenciam a saúde de quem pratica a religião. O primeiro deles é o significado que essas crenças atribuem à vida. Elas orientam decisões diárias, o que contribui para evitar o stress. O segundo fator está ligado ao apoio social. As pessoas convivem com comunidades que acreditam nas mesmas verdades e oferecem suporte emocional e, por vezes, mesmo financeiro. O terceiro elemento é a influência que a religião tem na formação de hábitos saudáveis. Os religiosos tendem a ingerir menos álcool e quase sempre têm tendência a não fumar. Bem provavelmente não assumirão comportamento sexual de risco. Não manterão relações com vários parceiros. Tudo isso faz com que vivam mais, tenham mais saúde.
Segundo Koenig, uma pessoa que, desde a infância e adolescência, pratica uma fé tem grandes benefícios. Perguntado a respeito dos efeitos positivos em alguém que começa a prática a fé em idade adulta, respondeu: “Quem se torna religioso numa idade mais madura também se beneficia, especialmente dos aspectos psicológicos e sociais, a pessoa ganha apoio da comunidade, esperança e interlocutores afinados com seu jeito de ver o mundo. A consequência é a melhora da qualidade de vida”.
Não se trata apenas de se dizer “espiritualizado” e não fazer nada. É preciso ser comprometido com a religião para gozar seus benefícios: levantar cedo para ir ao culto, fazer parte de uma comunidade, interessar-se pelos outros, cultivar a interioridade (leitura das Escrituras). “As crenças religiosas precisam influenciar sua vida (a do crente) para que elas influenciem também sua saúde”.
Os que seriamente praticam uma crença, segundo estatísticas mencionadas na entrevista, sofrem menos de stress, de disfunções cardiovasculares e hipertensão. “O stress influencia as funções fisiológicas de maneira já muito conhecida e tem impacto em três sistemas ligados à defesa do organismo: o imunológico, o endócrino e o cardiovascular. Se esses sistemas não funcionam, ficamos doentes. A religiosidade põe o paciente num outro patamar de tratamento”. Observação curiosa do psiquiatra americano: “Pacientes infartados que são religiosos têm menos complicações após a cirurgia, ficam menos tempo internados e, claro, pagam contas hospitalares mais baixas”.
Observação interessante que aparece na entrevista: parece que os doentes, segundo estatísticas, gostariam que os médicos falassem das coisas espirituais, da religião. Há médicos que conseguem fazê-lo com habilidade, respeitando a religião do outro. Os médicos podem facilitar o acesso de um sacerdote ou pastor, se o paciente quiser, e isso colocará este último num universo de maior serenidade interior. Há médicos que se recusam a fazer tais propostas. Dizem que uma coisa é a medicina, rígida em seus princípios e outra a religião que lhes parece muito vaga. A entrevistadora colocou a seguinte pergunta: “Como o médico deve falar de religião com o paciente?” E Koenig: “É mais simples do que parece. Só de perguntar ao paciente quanto a religião é importante na vida dele, o médico está abrindo o caminho para atender suas necessidades espirituais. O paciente deve sentir-se confortável falando sobre esse assunto com o médico. O médico pode, naquele momento mais especial, tentar saber das decisões que um paciente terminal espera dele em situações-limite. Pode descobrir se o paciente terminal quer ser ressuscitado em caso de parada cardíaca, se deseja receber tratamento extenuante prolongado ou se prefere não estender o sofrimento. Ajuda muito o médico puxar o assunto com o paciente sobre o que ele pensa a respeito de milagres ou se quer receber orações. O paciente tem de estar seguro de que o médico não vai ignorar ou fazer pouco-caso de suas carências espirituais”.
Até que ponto nossa prática da fé tem nos ajudado no campo da saúde?

Fonte - Site Franciscanos.org.br

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Festa de Santo Antonio de Sant`Anna Galvão



O Bandeirante de Cristo – Biografia


Ir. Célia B. Cadorin, C.I.I.C
Frei Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá, Estado de São Paulo, Brasil; cidade que na época pertencia à Diocese do Rio de Janeiro.
Com a criação da Diocese de São Paulo, em 1745, Frei Galvão viveu praticamente nesta diocese: 1762-1822. O seu ambiente familiar era profundamente religioso. O pai, Antônio Galvão de França, Capitão-Mor, pertencia às Ordens Terceiras de São Francisco e do Carmo, dedicava-se ao comércio e era conhecido pela sua particular generosidade. A mãe, Izabel Leite de Barros, teve o privilégio de ter onze filhos e morreu com apenas 38 anos com fama de grande caridade, a tal ponto que depois da morte não se encontrou nenhum vestido: tudo fora dado aos pobres.
Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o Servo de Deus com 13 anos para Belém (Bahia) a fim de estudar no Seminário dos Padres Jesuítas, onde já se encontrava seu irmão José.
Ficou neste Colégio de 1752 a 1756 com notáveis progressos no estudo e na prática da vida cristã. Teria entrado na Companhia de Jesus, mas o pai, preocupado com o clima antijesuítico provocado pela atuação do Marquês de Pombal, aconselhou Antônio a entrar na Ordem dos Frades Menores Descalços da reforma de São Pedro de Alcântara.
Estes tinham um Convento em Taubaté, não muito longe de Guaratinguetá. Aos 21 anos, no dia 15 de abril de 1760, Antônio ingressou no noviciado do Convento de São Boaventura, na Vila de Macacu, no Rio de Janeiro.
Durante este período distinguiu-se pela piedade e pelas práticas das virtudes, tanto que no “Livro dos Religiosos Brasileiros” encontramos grande elogio a seu respeito.
Aos 16 de abril de 1761 fez a profissão solene e o juramento, segundo o uso dos Franciscanos, de se empenhar na defesa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, doutrina ainda controvertida, mas aceita e defendida pela Ordem Franciscana.
Um ano depois da profissão religiosa, Frei Antônio foi admitido à ordenação sacerdotal aos 11 de julho de 1762. Os Superiores permitiram a sagrada ordenação porque julgaram suficientes os estudos teológicos feitos anteriormente.
Este privilégio foi também um sinal evidente da confiança que os Superiores nutriam pelo jovem clérigo. Depois de ordenado foi mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo, com a finalidade de aperfeiçoar os estudos de filosofia e teologia, como também exercitar-se no apostolado.
Sua maturidade espiritual franciscano-mariana teve expressão máxima na “entrega a Maria” como o seu “filho e escravo perpétuo”, entrega assinada com o próprio sangue aos 9 de novembro de 1766.
Terminados os estudos, em 1768, foi nomeado Pregador, Confessor dos leigos e Porteiro do convento cargo este considerado importante, porque pela comunicação com as pessoas permitia fazer um grande apostolado, ouvindo e aconselhando a todos.
Foi confessor estimado e procurado, e quando era chamado ia sempre a pé, mesmo aos lugares distantes. Em 1769-70 foi designado Confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as “Recolhidas de Santa Teresa” em São Paulo.
Neste Recolhimento encontrou a Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa de profunda oração e grande penitência, observante da vida comum, que afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um novo Recolhimento.
Frei Galvão, como confessor, ouviu e estudou tais mensagens e solicitou o parecer de pessoas sábias e esclarecidas, que reconheceram tais visões como válidas. A data oficial da fundação do novo Recolhimento é 2 de fevereiro de 1774.
Irmã Helena queria modelar o Recolhimento segundo a ordem carmelitana, mas o Bispo de São Paulo, franciscano e intrépido defensor da Imaculada, quis que fosse segundo as Concepcionistas, aprovadas pelo Papa Júlio II em 1511.
A fundação passou a se chamar “Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência” e Frei Galvão, o fundador de uma instituição que continua até os nossos dias.
O Recolhimento, no início, era uma Casa que acolhia jovens para viver como religiosas sem o compromisso dos votos. Foi um expediente do momento histórico para subtrair do veto do Marquês de Pombal que não permitia novas fundações e consagrações religiosas. Para toda decisão de certa importância, em âmbito religioso, era necessário o “placet regio”.
Aos 23 de fevereiro de 1775 morreu, quase improvisamente, Irmã Helena. Frei Galvão encontrou-se como único sustentáculo das Recolhidas, missão que exerceu com humildade e grande prudência. Entrementes, o novo Capitão-General de São Paulo, homem inflexível e duro (ao contrário do seu predecessor), retirou a permissão e ordenou o fechamento do Recolhimento.
Frei Galvão aceitou com fé e também as Recolhidas obedeceram; mas não deixaram a casa, resistindo até os extremos das forças físicas. Depois de um mês, graças à pressão do povo e do Bispo, o Recolhimento foi reaberto.
Devido ao grande número de vocações, o Servo de Deus se viu obrigado a aumentar o Recolhimento. Para tanto contribuíram as famílias das Recolhidas, muitas das quais, sendo ricas, podiam dispor dos escravos da família como mão-de-obra.
Durante catorze anos (1774-1788) Frei Galvão cuidou da construção do Recolhimento. Outros catorze anos (1788-1802) dedicou à construção da igreja, inaugurada aos 15 de agosto de 1802. A obra, “materialização do gênio e da santidade de Frei Galvão”, em 1988, tornou-se “patrimônio cultural da humanidade” por decisão da Unesco.
Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana, deu muita atenção e o melhor das suas forças à formação das Recolhidas. Para elas, escreveu um regulamento ou Estatuto, excelente guia de vida interior e de disciplina religiosa.
O Estatuto é o principal escrito, o que melhor manifesta a personalidade do Servo de Deus. O Bispo de São Paulo acrescentou ao Estatuto a permissão para as Recolhidas emitirem os votos enquanto permanecessem na Casa religiosa.
Em 1929, o Recolhimento tornou-se Mosteiro, incorporado à Ordem da Imaculada Conceição (Concepcionistas). A vida discorria serena e rica de espiritualidade quando sobreveio um episódio doloroso: Frei Galvão foi mandado para o exílio pelo Capitão-General de São Paulo.
Este homem violento, para defender o filho que sofrera uma pequena ofensa, condenou à morte um soldado (Gaetaninho). Como Frei Galvão assumiu a defesa do soldado, foi afastado e obrigado a seguir para o Rio de Janeiro.
A população, porém, se levantou contra a injustiça de tal ordem, que imediatamente foi revogada. Em 1781, o Servo de Deus foi nomeado Mestre do noviciado de Macacu, Rio de Janeiro, pelos qualidades pessoais, profunda vida espiritual e grande zelo apostólico.
O Bispo, porém, que o queria em São Paulo, não lhe fez chegar a carta do Superior Provincial “para não privar seu bispado de tão virtuoso religioso [...] que, desde que entrou na religião até o presente dia, tem tido um procedimento exemplaríssimo pela qual razão o aclamam santo”.
Frei Galvão foi nomeado Guardião do Convento de São Francisco, em São Paulo, em 1798, e reeleito em 1801. A nomeação de Guardião provocou desorientação nas Recolhidas da Luz. Á preocupação das religiosas é necessário acrescentar aquela do “Senado da Câmara de São Paulo” e do Bispo da cidade, que escreveram ao Provincial: “todos os moradores desta Cidade não poderão suportar um só momento a ausência do dito religioso. [...] este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo; é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acodem a pedir-lho; é o homem da paz e da caridade”.
Graças a estas cartas, Frei Galvão tornou-se Guardião sem deixar a direção espiritual das Recolhidas e povo de São Paulo. Em 1802, Frei Galvão recebeu o privilégio de Definidor pela solicitação do Provincial ao Núncio Apostólico de Portugal, porque “é um religioso que por seus costumes e por sua exemplaríssima vida serve de honra e de consolação a todos os seus Irmãos, e todo o Povo daquela Capitania de São Paulo, Senado da Câmara e o mesmo Bispo Diocesano o respeitam corpo um varão santo”.
Em 1808, pela estima que gozava dentro de sua Ordem, foi-lhe confiado o cargo de Visitador-Geral e Presidente do Capítulo, mas devido ao seu estado de saúde foi obrigado a renunciar, embora desejasse obedecer prontamente.
Em 1811, a pedido do Bispo de São Paulo, fundou o Recolhimento de Santa Clara em Sorocaba, no Estado de São Paulo. Ai permaneceu onze meses para organizar a comunidade e dirigir os trabalhos iniciais da construção da Casa. Voltou para São Paulo e ali viveu mais 10 anos.
Quando as suas forças eram insuficientes para o ir-e-vir diário do Convento de São Francisco ao Recolhimento, obteve dos Superiores (Bispo e Guardião) a autorização para ficar no Recolhimento da Luz.
Drante a última doença, Frei Antônio passou a morar num “quartinho” (espécie de corredor) atrás do Tabernáculo, no fundo da igreja, graças à insistência das religiosas, que desejavam prestar-lhe algum alivio e conforto.
Terminou sua vida terrena aos 23 de dezembro de 1822, pelas 10 horas da manhã, confortado pelos sacramentos e assistido pelo Padre Guardião, dois confrades e dois sacerdotes diocesanos.
Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na Igreja do Recolhimento, que ele mesmo construíra. O seu túmulo sempre foi, e continua sendo até os nossos dias, lugar de peregrinação constante dos fiéis, que pedem e agradecem graças por intercessão do “homem da paz e da caridade” e fundador do Recolhimento de Nossa Senhora da Luz, cujo carisma é a “laus perennis”, ou seja, adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento, vivida em grande pobreza e continua penitência com alegre simplicidade.
Escreveu Lúcio Cristiano em 1954: “Entre os heróis que plasmaram o destino de São Paulo, merece lugar de destaque a inconfundível figura de Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, o apóstolo de São Paulo entre os séculos XVIll e XIX”, cuja lembrança continua viva no coração do povo paulista.
O Processo de Beatificação e Canonização iniciado em 1938 foi reaberto solenemente em 1986 e concluído em 1991.  1997 foi promulgado pelo Papa João Paulo II o Decreto das Virtudes Heróicas e aos 6 de abril de 1998, o Decreto sobre o Milagre. Frei Galvão foi declarado bem-aventurado no dia 25 de outubro de 1998. Frei Galvão foi canonizado no dia 11 de maio de 2007, pelo Papa Bento XVI, em uma grande celebração no Campo de Marte, em São Paulo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Encontro 6º distrito de Minas Gerais

Foi realizado dia 21 de Outubro o encontro do 6º distrito em Uberlândia com a participação das fraternidades de Uberaba, Ituiutaba, Araxá, Uberlândia e a Jufra. Contamos com a presença do nosso assistente Frei Rodrigo Peret, Ofm O presidente da Fundação Nossa Senhora de Fátima Frei Ezimar Alves Pereira,Oofm, nosso coordenador do Distrito Duvaldo Amancio, nossa Ministra regional Maria do Socorro e também de nosso irmão Frei Samir Gervasio,Ofm que sempre nos acompanha com sua alegria, carinho e amizada com a Ofs.
Segue abaixo algumas fotos de nosso encontro.

OFS

Frei Rodrigo Peret, Ofm

Jufra de Uberlândia

Celebração Eucaristica com Frei Romilson, Ofm

Maria do Socorro, coordenadora regional da área sudeste 1

Denise Inácia, Ministra Araxá

Frei Ezimar Alves Pereira, Ofm 

Duvaldo, coordenador do distrito, Antõnia, formadora de Araguari e Dimas, formador de Araxá

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Tríduo em louvor a São Francisco

Foi realizado nos dias 4 a 7 de outubro na Paróquia de Santo Antônio em Araxá e organizado pela Fraternidade Santa Terezinha da OFS o Tríduo em louvor de São Francisco, abaixo algumas fotos das celebrações e de nossos festeiros. Agradecemos a todos patrocinadores, colaboradores, festeiros, a comunidade e em especial a Paróquia de Santo Antônio na pessoa do Padre Marino.










 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Festa de São Francisco

 

Hoje, 03 de Outubro, às 18 horas, na maioria das Fraternidades Franciscanas, celebra-se o Transitus de São Francisco, a sua passagem para a eternidade. Hoje, o Cantor do Irmão Sol vive o seu mais gritante paradoxo: aquele que cantou o mundo na sua beleza irradiante em todas as criaturas, despede-se deste mundo e faz a travessia para o outro lado da existência terrena. Mas faz este rito de passagem de um modo sereno, alegre, sem as tensões próprias da morte. Hoje, em Francisco, Criação e Redenção encontram-se e confraternizam-se. Hoje, a força originária do mundo volta à sua raiz sagrada. Ele parte cantando com todas as criaturas viventes, exatamente no momento onde já não mais pertence ao espaço de todas as coisas visíveis. Há uma reconciliação terna com o poder da morte. Ela não vem buscá-lo numa ruptura brutal com o convívio de tudo e de todos; mas permite que todos os seres o acompanhem ao Paraíso definitivo.

Francisco despede-se desta habitação cantando o Cântico das Criaturas; e o Espelho da Perfeição diz que ele se foi no ritmo e melodia do Hino da Irmã Morte. A lírica poesia da criação transforma-se uma liturgia escatológica. O menestrel dos bosques, dos vermes, pássaros, montanhas, florestas, peixes e lobo, é agora acolhido pelo coro dos Anjos. Há uma fusão de naturezas. Aquele que cantou lua e estrelas atravessa o limite do universo e entra no inefável espaço da glória.

É crepúsculo de verão luminoso, colorido e quente na Úmbria; porém já é o entardecer forrado de folhas secas no amarelado chão do outono assisiense. Até a natureza apronta-se para bruscas mudanças. Ano de 1226. Aquele que andou todos os caminhos, agora repousa enfermo no palácio episcopal. O médico Giovanni Finiatu de Arezzo o visita e conversa com ele sobre seu estado de saúde. Diz que vai correr tudo bem como que a predizer o fim bem próximo. Há cumplicidade entre os dois. Um, santamente, sabe que seu estado de alma prenuncia o fim de todas as dores no abraço das alegrias eternas; o outro, clinicamente, tem a certeza que o seu mal não tem cura. O médico sente que o amigo vai expirar brevemente. O santo dá boas vindas à Irmã Morte com visível contentamento. Chegam Frei Leão, Frei Ângelo, Fra Jacoba, Frei Masseo; trazem as lágrimas, o pranto, panos, uns doces e o canto. Francisco é só alegria, prece e entrega ao misericordioso Deus. Não há dor física. Nos irmãos e na sua amiga dói a separação; em Francisco, vibra o gosto pelo encontro com o sonhado Reino do Céu. Francisco pede para sair do palácio episcopal e ir para o aconchego da Porciúncula. Da cama dos bordados lençóis quer o chão tecido pela terra mãe. Ali expira mansamente no leito nupcial no colo da sua Amada Senhora Dama Pobreza.
 
Frei Vitório Mazzuco, Ofm

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Festa de São Francisco de Assis

São Francisco, como o vejo

Tomás de Celano

Como era bonito, atraente e de aspecto glorioso na inocência de sua vida, na simplicidade das palavras, na pureza do coração, no amor de Deus, na caridade fraterna, na obediência ardorosa, no trato afetuoso, no aspecto angelical!
Tinha maneiras simples, era sereno por natureza e de trato amável, muito oportuno quando dava conselhos, sempre fiel a suas obrigações, prudente nos julgamentos, eficiente no trabalho e em tudo cheio de elegância. Sereno na inteligência, delicado, sóbrio, contemplativo, constante na oração e fervoroso em todas as coisas.
Firme nas resoluções, equilibrado, perseverante e sempre o mesmo. Rápido para perdoar e demorado para se irar, tinha a inteligência pronta, uma memória luminosa, era sutil ao falar, sério em suas ações e sempre simples. Era rigoroso consigo mesmo, paciente com os outros, discreto com todos.
Muito eloquente, tinha o rosto alegre e o aspecto bondoso, era diligente e incapaz de ser arrogante. Era de estatura um pouco abaixo da média, cabeça proporcionada e redonda, rosto um tanto longo e fino, testa plana e curta, olhos nem grandes nem pequenos, negros e simples, cabelos castanhos, pestanas retas, nariz proporcional, delgado e reto, orelhas levantadas mas pequenas, têmporas chatas, língua apaziguante, fogosa e aguda, voz forte, doce, clara e sonora, dentes unidos, iguais e brancos, lábios pequenos e delgados, barba preta e um tanto rala, pescoço fino, ombros retos, braços curtos, mãos delicadas, dedos longos, unhas compridas, pernas finas, pés pequenos, pele fina, descarnado roupa rude, sono muito curto, trabalho contínuo.
E como era muito humilde, mostrava toda a mansidão para com todas as pessoas, adaptando-se a todos com facilidade. Embora fosse o mais santo de todos, sabia estar entre os pecadores como se fosse um deles.


Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco,
in “Primeira Vida de S. Francisco”, n.83.

Francisco da cidade de Assis

Na escola evangélica da venturosa desapropriação

Frei Almir Ribeiro Guimarães (*)
No seio da Igreja, ao longo dos séculos, foram surgindo vigorosas famílias espirituais que, suscitadas pelo Espírito, deram novo vigor e novo sopro à vida cristã. Entre essas tantas famílias está a dos franciscanos, que surge na primeira metade do século XIII e tem sua origem na figura sempre atual de Francisco da cidade de Assis, o homem novo, o irmão, o pobre, aquele que se liberou de todos os entraves da propriedade, o fascinado pelo presépio do menino das palhas e que morre nu deitado na terra nua. Desnecessário dizer e recordar que esse filho de comerciante nunca pretendeu formar e constituir uma família religiosa na sinfonia da espiritualidade cristã. Os fatos foram mostrando, no entanto, que ele precisava criar um modo de viver diferente. Num determinado momento escreve meia dúzia de passagens evangélicas e pede autorização ao Papa para viver, ele e seus irmãos, uma fraternidade itinerante à maneira dos apóstolos.
Francisco conserva uma enorme atualidade. Tal se deve à sua irradiante santidade e à profundidade evangélica de sua mensagem. Em poucos anos foram numerosíssimos os homens que ingressaram nessa Ordem que Francisco designou como Ordem dos Frades Menores. Em 1209, o Papa Inocêncio III aprova oralmente o projeto de vida de Francisco. Em 1215, eles são cerca de mil frades. No momento da morte do Poverello, são mais de cinco mil. Em 1257, já eram 30 mil.
Parece que tudo já se disse a respeito de Francisco. E, no entanto, multiplicam-se livros e estudos sobre esse homem de Assis. Tudo já foi dito e muito há que dizer porque Francisco foi se tornando um outro do Cristo. De tão parecido com Cristo foi se tornando um ser inesgotável. Ele é fundador de Ordem. Mas, antes de tudo, está na origem de um movimento profundamente evangélico. Sim, esse assisense, filho de um tempo novo, está na origem de um elã evangélico, de uma tentativa de fazer com que nunca o Evangelho seja domesticado e colocado nas frias categorias do jurisdicional. Francisco não cabe em suas biografias como o Evangelho não pode ser encerrado nas páginas de um livro. Francisco e Evangelho caminham juntos. Evangelho do novo, do pano novo, do vinho novo, do êxtase diante das coisas pequenas que escondem a grandeza. Êxtase diante do Menino das Palhas, de Maria, a Pobrezinha, do Crucificado chagado e morto no alto da cruz. Êxtase diante do vermezinho que não deve ser esmagado, diante da Morte Irmã que vem buscá-lo para levá-lo à Terra dos Vivos. Mais de que fundador de uma Ordem, ele é patrimônio da humanidade. Evocar sua figura é trazer para junto de nós alguém, que traz para a terra de corações mornos o ardor das brasas do Evangelho. Pode-se dizer que, com sua vida, Francisco reescreve o Evangelho.

Tudo, absolutamente tudo, vem do Deus que é Bem, sumo Bem. François Delmas-Goyon (François d’Assise: une sainteté rayonante, in Croire Auyjourd’hui, septembre 2009, p. 29-30), leigo, filósofo e teológo, professor no Colégio dos Bernardinos em Paris, afirma que o fundamento do caminho espiritual aberto por Francisco reside no reconhecimento de que o Deus Trino, revelado por Jesus Cristo, é o Bem soberano, do qual provém e ao qual pertence todo Bem. Todo ser humano é chamado a descobrir e a reconhecer os benefícios com os quais Deus o cumula e a dar uma resposta pela ação de graças. Francisco vê cada criatura procedendo das mãos de Deus. “Por este motivo, o leproso, o bandido, o sarraceno, o lobo, o vermezinho, a flor, a água, o fogo, o sol se tornam para Francisco irmãos e irmãs que são, por sua existência, testemunhas da bondade e da glória de Deus. Mas atenção esta admiração diante da beleza das criaturas nada tem de romântico, adocicado e superficial. Tal maravilhamento exige uma completa desapropriação de si. Confessar que os bens têm sua origem em Deus significa reconhecer sua propriedade exclusiva e renunciar a toda sorte de apropriação. A única propriedade exclusiva do homem é o pecado. Para Francisco, a raiz de todos os pecados está precisamente na apropriação.
Francisco não pretendeu fundar uma congregação religiosa, mas experimentou profunda alegria ao ver que o Senhor lhe dava irmãos. Ficou feliz de ver que sua experiência pessoal desembocava no surgimento de um comunidade de irmãos. E o santo afirmou que quando o Senhor lhe deu irmãos, ele queria com eles viver segundo a forma do Evangelho. Ninguém mostrou-lhe o que devia fazer… O Altíssimo é que mostrou o caminho da vida evangélica. Forma do santo evangelho: conformidade com Cristo, entrar numa “forma” do Evangelho. André Vauchez lembra que a expressão “forma do santo Evangelho” quer significar “uma tentativa levada ao extremo de se conformar ao Evangelho e fazer dele a norma absoluta de comportamento”. Francisco reúne meia dúzia de palavras do Evangelho, vai pedir ao Papa que as aprove e passa, com seus irmãos, a inventar uma forma nova de vida religiosa que nada tinha a ver com as regras de outros fundadores. Uma vida evangélica…
Nos últimos tempos os que se ocupam de refletir sobre o gênero de vida que nasceu de Francisco, com razão, insistem no tema da desapropriação. Este é o caso de François Delmas-Goyon. No escrito acima mencionado desenvolve o tema da desapropriação ligando-o à fraternidade. O mais perfeito modelo de desapropriação é Jesus. O Verbo se faz carne e deixando a glória vem despojadamente morar entre nós. Vem no rosto do Menino de Maria, se entrega na Eucaristia, nas humildes espécies do pão e do vinho. Vejamos literalmente como se exprime Delmas-Goyon: “A desapropriação atinge todos os registros da existência humana e se reveste de muitas facetas: a pobreza é desapropriação com relação aos bens materiais; o minorismo é a desapropriação no campo da vida social; a humildade, a desapropriação no relacionamento individual com Deus e com o próximo. Mais do que a pobreza, o minorismo é que caracteriza o “estar-no-mundo-franciscano”. Testemunha isso a escolha do nome do grupo: Frades menores. O termo latino “minor”, é comparativo, significa o que é bem “mais pequeno” e comporta a ideia de abaixamamento. Ser menor, no sentido franciscano, significa recusar de se situar acima do outro, rejeitar poder sobre ele, e, à exemplo de Cristo, fazer-se seu servidor, Cristo que afirmara ter vindo para servir e não para ser servido. O serviço é inverso positivo da desapropriação. A desapropriação libera, o serviço investe a energia liberada. Por isso, Francisco insiste em unir os dois”.
Pobreza, minorismo e humildade quando se fazem acompanhar de um autêntico espírito de serviço desembocam na fraternidade. Ser irmão de alguém é “projetar sobre ele um olhar de pura benevolência, colocar-se à escuta de suas necessidades e servi-lo com um coração de mãe. Para que alguém possa ser irmão, necessário ser pessoa desapropriada. Quem tem bens a defender, poder a dilatar, prestígio a ser preservado está sempre na defensiva e tem medo do outro, temendo que este lhe tome o tesouro no qual colocou o coração. O que não está preso a nada sabe acolher todo homem como seu irmão seja leproso, bandido ou inimigo. O pobre desapropriado não provoca medo. Ninguém precisa ter as armas em mãos contra um desapropriado. “A fraternidade se fundamenta no fato de que temos um mesmo Criador e Pai, seu elemento catalizador é a desapropriação, que desarma a violência e abre as portas para a mútua confiança, que constitui a base da fraternidade”.
Max de Wasseige, em livro de reflexão-meditação sobre o Testamento de São Francisco, escreve: “Mesmo se a sociedade nos impulsione na direção do individualismo, Francisco nos ensina que a força do homem não se encontra em seu saber, nas aparências, na acumulação dos bens ou do poder mas no modo de nos fazemos cada vez mais irmãos uns para com os outros (…). Seu olhar fraterno tem sua origem na desapropriação total e na recusa da manipulação de pessoas e da criação. A mensagem de Francisco nos fala da essência das coisas. Para Francisco, o acesso a uma autêntica sabedoria espiritual só é possível pela via do minorismo e do respeito que leva a fraternizar com todas as criaturas” (Le coeur du petit pauvre, Ed. Franciscaines, 2011, p. 124-125).
A espiritualidade franciscana é espiritualidade do olhar. Francisco nos convida a contemplar os outros homens, o mundo e todas as criaturas com o olhar que Deus mesmo coloca sobre uns e outros. Ele nos ensina “a descobrir sua beleza, a admirá-la e a amá-la. A qualidade do “ser fraterno” depende da qualidade do olhar. Não se pode amar o irmão ignorando-o; não será ele amado quando olhado do alto. Francisco soube olhar os leprosos e, para além das chagas purulentas, soube ver os “irmãos cristãos” (cf. Delmas-Goyon).
Concluindo
As coisas tinham começado com um vazio no peito, uma saudade de Deus. O filho de Pedro de Bernardone sentia não ter mais pé no mar da vida. Um leproso atravessa-lhe o caminho. Há um beijo, um abraço e um olhar diferente. Um olhar de atenção, de benevolência. Há o olhar do Cristo bizantino de São Damião, negro e profundo como o mar negro. E chegam os irmãos. No minúsculo santuário de Nossa Senhora dos Anjos, um padre lê o Evangelho da missão… e as palavras ressoam na catedral do mundo. Há um convite a ir… sempre ir… sem sapato, sem propriedade, olhando a tudo com um olhar novo, cantando e dançando, chorando o amor que precisava ser amado. De repente, o mundo ficou mais bonito com esse filho de Pedro de Bernardone que nu, depositando nas mãos do pai suas roupas, caminhou livre de amarras na direção do sol.

Festa de São Francisco

Como vejo Francisco

(*) Frei Vitório Mazzuco

Vejo Francisco como um escândalo positivo e necessário que abalou seu tempo e continua impactando até hoje. Um modelo vivo do melhor que a humanidade produziu nestes últimos oito séculos, um santo natural, caseiro e vizinho de todos, com sua atraente simplicidade, com seu cristianismo de sedução, com sua conquistadora humildade e uma vida que arrasta. É o simpático admirado universalmente. Reuniu um número considerável de seguidores e seguidoras em sua época que santificaram estradas e paisagens. Amou apaixonadamente Jesus Cristo e seu Evangelho a ponto de ficar igualzinho ao Deus Encarnado, deixando que este amor marcasse seu corpo com as chagas do Amado.
Vejo Francisco como um asceta que abraçou a fraternidade de um modo pleno e cordial; um cantor da criação, menestrel dos louvores mais puros ao Criador, uma comunhão de afetividade e espiritualidade, um cultor da paz e do bem. Ele é a estética do simples e o onipresente em tantas representações iconográficas. É o santo dos pobres e dos pássaros, da cruz e do presépio, da eucaristia e da poesia. É o santo dos caminhos e das grutas, das montanhas e das planícies, dos nichos e catedrais. Um cavaleiro fiel da Senhora Dama Pobreza cheio de fidelidade e gentileza. Um Sol de Assis, como diz Dante, e uma Clara Lua, como diz seu lado mãe e irmã na Clara Flor de Assis, confidente e portadora de seus contemplativos segredos. Um Mestre espiritual do Ocidente reverenciado no Oriente, um profeta que atravessa a linha de guerra das Cruzadas e vai dialogar com o sultão numa conversa de homens de têmpera e fé.
Vejo Francisco como um mendigo despojado que possui a única riqueza essencial. Preso em Perugia libertou seus sonhos. Abraçou leprosos, curando as podres cicatrizes da exclusão. Tocou violino em galhos secos e dançou a alegria ridente e luminosa dos que possuem a liberdade de espírito. Reconstruiu a casa da existência calejando as mãos e cuidando dos pilares da alma. Brigou com o pai avarento e reconciliou-se com a prodigalidade. Deu um salto de qualidade para ensinar que conversão é mudar de lugar e não apenas câmbio de mentalidade. Vejo Francisco o jeito mais gostoso de ser irmão, a sensibilidade de uma mãe, a parceria de um compadre, a sempre presente energia de um amigo… Enfim, meu Pai Seráfico, Mestre Espiritual a ensinar que ser do jeito de Jesus não é estar na prisão de obscuras doutrinas, mas tornar fácil o caminho dos que vêm seguindo as marcas da Boa Nova. Assim vejo, sinto e vivo Francisco.


(*) Frei Vitório Mazzuco, OFM, é o Reitor do Convento
Santo Antônio do Rio de Janeiro e Mestre em Teologia com
especialização em Teologia Espiritual Pontificium Athenaeum Antonianum

Festa de São Francisco

Francisco, como o vejo?

Irmã Maria Francisca, OSC (*)

Dia 4 de outubro é sempre para nós dia de grande festa. É nova oportunidade de olhar para este homem que aos olhos dos seus contemporâneos, a princípio, apresentou-se como um louco, mas que, aos poucos, deixou transparecer que o que nele estava acontecendo não era senão uma obra de Deus.
Desde aquele dia em que, já transformado, entrou na Igreja para rezar diante do Crucifixo de São Damião e ouviu a ordem de Jesus para que fosse restaurar sua Igreja em ruínas, Francisco se transformou num vaso aberto onde os céus puderam derramar todas as graças que, naquele momento, eram necessárias para realizar a vontade do Cristo Crucificado.
Vejo Francisco como um homem todo prontidão para, sem demora, cumprir o encargo recebido e, para isso, não mede esforços, apesar de sentir-se pequeno, humilde e pecador. Ele tem a certeza de que tudo o que o senhor lhe pede não é ele que vai cumprir, mas será obra do Senhor. Atribui tudo a Deus quando fala: “O Senhor me deu, o Senhor me ensinou, o Senhor me conduziu… etc.”
Ele foi e é até hoje o reformador da Igreja sempre que nós, seus seguidores, o olhamos com alma de discípulos para aprender com ele a servir o Senhor nada atribuindo a nós mesmos e, sim, tudo acolhendo das inspirações do Senhor. Nisto vejo o exemplo da desapropriação e o espírito de servo que deve permear a vida de todos os que querem viver deste modo.
Como Irmã Clarissa, pertencente a esta grande escola do Poverello de Assis e da mãe Santa Clara, também vejo a necessidade de ser este vaso aberto, onde Deus pode derramar suas graças a fim de hoje responder aos desafios que não são poucos do mesmo modo como Francisco respondeu.
O chamado de Francisco veio de encontro a uma atmosfera de frieza da fé e da falta reverência ao sagrado que havia naquele tempo. E, hoje, será que o chamado de cada Franciscano e Clarissa não é um grito a anunciar que Deus existe e quer ser amado, respeitado e obedecido em todos os seus preceitos de amor?
Francisco repete, ainda, a cada um de seus filhos e filhas: “Eu fiz a minha parte, que o senhor vos ensine a fazer a vossa!”
Feliz Festa do Poverello de Assis!


(*) Irmã Maria Francisca, OSC,
é Abadessa do Mosteiro São Damião de Porto Alegre (RS).
http://clarissasportoalegre.com/


Fonte - Site Franciscanos da Imaculada Conceição do Brasil